Prática Wiccana Enquanto Adolescente

Após decidir se deseja ou não seguir o caminho da Wicca, está na altura de nos preocuparmos com a prática dentro da Wicca. E, enquanto adolescentes, temos de ter em conta a reacção dos nossos pais e também o dinheiro que pudemos gastar. É este o assunto que vou abordar.

Tenho vários amigos cujos pais não concordam/compreendem as práticas pagãs e como tal eles estão incapacitados de praticar. Alguns decidiram continuar a praticar, apenas sem o conhecimento dos pais, outros decidiram esperar, investigar e estudar e quando tiverem idade e absoluta certeza do que querem, então, começar a praticar.

Deixo apenas um conselho: Não se apressem. A Wicca é para vida, não apenas para a adolescência. Portanto, não precisam de pressas, vão calma. A pressa é inimiga da perfeição.

Para os que desejam praticar sem o conhecimento dos pais, algumas dicas:

Espaço para Prática:

Bem, o espaço para prática é sempre complicado, principalmente se possuímos irmãos que dormem no mesmo quarto que nós. Caso consiga arranjar um momento em que eles não estão, e uma boa forma de ter local. Caso contrário, pode tentar procurar uma divisão em sua casa, ou casa de um familiar (avó, etc.) que viva perto de si, e onde vá com regularidade.

Instrumentos Mágicos:

Bem, antes de mais, saiba que os instrumentos não são obrigatórios, servem apenas como ajuda para realizar os rituais. Portanto, se quiser, pode realizar os seus rituais, sem eles. Caso os queira, pense antes acima de tudo (independentemente dos seus pais aprovarem ou não), está na adolescência e muita coisa pode mudar, portanto para quê gastar imenso dinheiro em ferramentas, que mais tarde ou lhe são inúteis ou então já não se sente confortável com elas? Sim também pode acontecer o contrário, e dar-se muito bem com as ferramentas, mas mesmo assim… Que tal começar devagar? Crie algumas das suas ferramentas… O pentagrama de altar pode ser criado com barro facilmente (até em aulas de trabalhos manuais, basta fazer um prato e depois, fora da escola, pintar um pentagrama nele)! A Varinha pode arranjar também de forma fácil, vá dar um passeio por uma zona que tenha árvores, e procure um raminho caído de uma árvore que goste no chão, e aí tem uma boa varinha! Depois basta enfeitar, como quiser, é tudo á sua escolha. Para o Cálice, pode apenas usar um daqueles copos usados em festas, que têm um pé alto, pois tem uma forma similar. Para o athame, use uma faca normal de cozinha, de cabo preto e o mesmo para a Bolline. Relembre-se, o que interessa é que se sinta confortável com eles, e que se lembre que não são para sempre, conforme for crescendo pode ir trocando de instrumentos mágicos.

Como vê, há imensas formas de ter os seus instrumentos, sem gastar muito dinheiro e até de uma forma discreta, para aqueles que os pais não aprovam.

Para quem tem ajuda dos pais ou amigos/familiares, pode pedir ajuda a eles para criar. Por exemplo, o meu bastão e a minha varinha foram feitos com a ajuda do meu avô.

Materiais para Rituais:

Velas, incensos, flores, comidas, etc. costumam ter tendência a ser os mais fáceis a adquirir, porém nem sempre os mais fáceis a utilizar! Muitos pais não gostam que os seus filhos queimem incensos ou velas, portanto torna-se impossível a sua utilização.

Existem alternativas a isto. Por exemplo, pode queimar velas e incenso, e utilizar a desculpa que é uma técnica que um professor deu para relaxar antes dos testes. Ou caso isto não “pegue”, durante os rituais, não acenda nada. Visualize. Visualize o fumo do incenso e visualize a chama da vela.

No caso do incenso, pode também substituir por essência, que tem tendência a ser mais aceite, porque é considerado um “ambientador”.

Altar

Todos os Wiccanos, adolescentes ou não, desejam ter um altar. Mas, nem todos temos essa possibilidade. Portanto, se não pode ter um altar fixo, numa determinada parte da sua casa/quarto, use um altar móvel. Ou seja, cada vez que for realizar um ritual, monte o seu altar e no final desmonte-o e guarde tudo no seu lugar.

Tem exactamente a mesma função e é igualmente prático. E, sempre que desejar acender algo, oferendas ou apenas falar com a Deusa e com o Deus, fora dos rituais, pode acender uma velinha num canto e falar ou depositar a oferenda perto da Natureza como ao pé de uma árvore ou à beira do rio.

Como pode ver, não é assim tão difícil, adaptar a Wicca ao seu modo de vida. Um pouco de esforço e consegue. Sim, admitimos que não é a Wicca Tradicional, mas como Solitário, irá provavelmente, seguir uma tradição eclética, portanto, faça o que fizer você sentir-se melhor.

Porém, nunca, mas nunca, falte ao respeito aos seus pais. Acima de tudo mantenha o respeito para seus pais, porque, afinal de contas, eles são seus pais.


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Queria só, deixar uma nota aos praticantes tradicionais da Wicca, que possam ler isto. Sei que muitos de vós, discordam do que aqui foi dito, e compreendo, pois a vossa tradição é extremamente diferente da Eclética. Respeito isso, e peço que respeitem também o meu ponto de vista, pois nem todos temos acesso a covens organizados e prática em grupo, mas também temos o direito de viver a Wicca e de praticar a Wicca, apenas o fazemos de forma diferente.

Olá, esse tópico é bastante importante.
Creio que os adolescentes ou interessados na antiga religião absorvem tudo que encontram...

Logo que me deparei com o paganismo não sabia o que fazer, eu estava diante de um mundo completamente novo e que me completava de uma maneira incrivel, mas eu precisava de informações...muita informação, por que o paganismo requer sabedoria e pra definir se você aceita ou não esta religião é preciso que você conheça ela a fundo pra decidir o que concorda e o que discorda, não como uma religião que impoe regras e limites que diz o que é melhor pra você sem ao menos te conhecer... O caminho é longo mas a recompensa é plena, até hoje não consegui dizer aos meus pais mesmo que eles meio que ja saibam, se alguém ai conseguiu dizer e souber me contar como foi a reação fa familia por favor me ajude pro que creio que isso faça parte de uma evolução como bruxa. Não há por que nos escondermos mais, o pior já passou, não seremos mais enforcados e jogados na fogueira. Se quisermos respeito com a nossa religião não podemos ter vergonha de assumi-la.

Blessed.

Boa questão Brigit, eu nunca fui muito de conversar com a minha mãe e não sei exatamente no que ela crê, ela não é de frequentar igreja nem nada, mais a base dela é o cristianismo eu acho, sei que quando eu falei pra ela da wicca, ou melhor quando ela me viu lendo um livro wiccano a gente brigo bastante, ela já começo com aquele preconceito besta de que eu ia virar macumbeiro e tals. Mais tarde eu ainda comecei a frequentar um centro espirita que uma amiga minha vai pra esclarecer algumas coisas, e ai pronto, viro um inferno aqui em casa, mais no fim ela acabou aceitando,disse que se é o que eu quero é pra eu seguir em frente.
A gente nunca mais toco no assunto, mais sei lá eu não sei como são seus pais, apesar de tudo minha mãe sempre foi liberal, ela só não aceita o fato de eu não acreditar no Deus biblico.
Acho bom você analizar bem o terreno antes de debater cara a cara.

Siiiiiiim, tem toda aquela coisa de conversar quando eles estão de bom humor hahaha
Voce tem filhos? O que voce diria se eles dissesem que que querem seguir uma religião contrária a sua, como reagiria?

Não ta loka, eu não tenho filhos ASHUASHUAS ainda.
Mas se eu tivesse... não sei, acho que eu não ligaria, nunca tive problemas com ninguém por causa de religião, desde que não tentem me converter.
Eu acho que religião é uma coisa muito pessoal e por mim cada um deveria ter a sua. Por isso eu gosto da wicca, ela te da liberdade pra você acreditar naquilo que mais se encaixa a você. Eu vou fazer com meus filhos aquilo que minha mãe fez comigo, ela nunca me batizou e nunca falou de religião diretamente comigo (apesar de ter me colocado num colegio de freiras católicas quando eu era pequeno), ao invéz disso ela achou melhor esperar eu crescer e eu me interessar por alguma religião. Só que eu acho que ela tinha esperanças que acreditasse naquilo que ela acreditava =/
Concluindo o pensamento, não ligaria pra religião que meu filho escolhesse desde que, assim como eu, ele também respeitasse a minha crênça!