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O Que é a Wicca?

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Mensagem por MissElphie Sex Jan 01, 2010 6:20 pm

O Que é a Wicca?

Explicar o que é a Wicca não é tarefa fácil, muito pelo contrário. Mas, comecemos pelo inicio…

A Wicca surgiu como religião na década de 1950, após a última lei que proibia e castigava a prática de Bruxaria ser abolida, graças a Gerald Gardner. Este considerava a Wicca como o renascimento da “Antiga Bruxaria” que era praticada nos tempos antigos, adicionando mais umas características que deram origem à Wicca.

A Wicca começou com apenas uma tradição, a Gardneriana. Esta seguia os ensinamentos de Gardner. Com o passar do tempo novas tradições foram surgindo, dando mais diversidade à Wicca.

Várias tradições surgiram até aos dias de hoje. Actualmente a Wicca divide-se em “Wicca Tradicional” (constituída, principalmente (mas não só), pelas tradições Gardneriana e Alexandrina) e a “Wicca Moderna” (constituída pelas tradições mais recentes e pelo conjunto de praticantes solitários/ecléticos) Como tal, devido à multiplicidade de tradições, torna-se complicado dar uma definição de Wicca que seja 100% correcta, portanto irei esforçar-me para dar apenas as bases da Wicca que são, normalmente, base de todas as tradições.

A Wicca é uma religião neo-pagã e, para além de religião, é uma filosofia positiva de vida, que baseia-se no respeito da Natureza e a reverência pelas suas diversas formas.

A Wicca é também uma religião iniciática e sacerdotal, ou seja é uma religião que necessita iniciação e todo o iniciado é Sacerdote ou Sacerdotisa. Neste aspecto da Wicca existem diversos debates. Gardner defendia que apenas aquele que fosse iniciado num coven de linhagem seria realmente Wiccano. Mas com o surgimento de novas tradições, várias pessoas (Raymond Buckland, por exemplo) vieram mudar a opinião do Mundo quanto a este aspecto.

Como é possível reparar, ao ler este parágrafo, qualquer praticante solitário pensa “Então eu, que não tenho qualquer acesso a um coven, não posso ser Wiccano?”.

Os Tradicionalistas dirão “Sim, não podes ser Wiccano” mas muitos Modernos irão dizer “Não, podes sempre dedicar-te aos Deuses. Não são 13 pessoas que fazem de ti Wiccano, mas si o Amor e Respeito que Nutres pelo Casal Sagrado”. Qual das respostas é a correcta? É algo que nunca saberemos. Cada um tem a sua opinião.

Os Wiccanos pretendem viver em harmonia com a Natureza e o seu redor e mesmo os seus rituais procuram precisamente, sintonizar o indivíduo com o Universo e com os ciclos da Natureza. A Wicca não reconhece nenhuma autoridade exterior, um deus ou deusa que trate as pessoas como crianças mal-educadas castigando-as quando estas se portam mal. Na Wicca não há Pecado, Céu ou Inferno. Após a morte, a maioria dos Wiccanos, acredita que vai para Summerland, onde lá irá esperar até a sua próxima reencarnação.

As únicas regras necessárias aos wiccanos são a da sua própria consciência, que se encontra na Wiccan Rede (“An ye harm none do as ye will” ou seja “faça o que quiser, sem magoar ninguém”) e a Lei Tríplice (“Tudo o que fazes, volta para ti a multiplicar por Três”)

A Wicca não tem uma única forma de culto, embora tenha princípios idênticos, cada praticante reinventa o culto à sua maneira, tendo total autonomia sobre a sua prática. Porém, como se torna óbvio, não se pode pensar que a Wicca é uma religião que “faz o que queres dela”. Pode-se observar, entre as diversas tradições, características em comum entre elas, que faz com que estas sejam Wiccanas e são essas características que fazem com que algo entre na categoria de Wicca. Portanto, não, a Wicca não é aquilo que o praticante quer que seja.

A maioria dos Wiccanos vê os Deuses como sendo energias. Uma Feminina (A Deusa) e uma Masculina (O Deus). Tanto o Deus como a Deusa possuem fases (as da Deusa expressam-se ao longo do Ciclo Lunar e as do Deus ao longo da Roda do Ano) e faces (variando estas de panteão para panteão).

Ou seja, as denominações Donzela, Mãe e Anciã são fases da Deusa, que Esta atravessa ao longo de um ciclo Lunar. Os nomes de Hécate (Panteão Grego), Ísis (Panteão Egípcio), Cerridwen (Panteão Celta) são faces da Deusa.

Não existe nenhuma autoridade (ex: Igreja Católica) que controle e dite o que os Wiccanos devem ou não fazer. Não há profeta nem livro sagrado que dite as regras da religião. Há porém alguns textos que estabelecem algumas características da Wicca (“Rede Wiccana”, “Carga da Deusa”, “A Descida da Deusa ao Submundo”, “A Carga do Deus”)

O acesso ao divino é feito por cada praticante, à sua própria maneira sem necessitar de “professores” ou “mestres”, e qualquer iniciado na religião pode considerar-se Sacerdote ou Sacerdotisa.

A Wicca é uma religião onde não há mestres que tenham toda a verdade para guiar aprendizes, nem ninguém nasce com poderes especiais que façam da pessoa um “Wiccano hereditário” nem nada do género. Um Wiccano forma-se a si mesmo, através da sua própria consciência.

Os Wiccanos não pretendem afirmar que a sua religião é o “único caminho”, pois todas as religiões são válidas, desde que trabalhem para a evolução pessoal dos seguidores de tal religião.

O Calendário de celebrações Wiccano inclui 13 celebrações de Lua Cheia (Esbats) e 8 Sabbats (4 Maiores (Imbolc, Beltane, Lughnassad e Samhain) e 4 Menores (Solstícios e Equinócios)).

Em 1974, O Conselho dos Bruxos Americanos adoptou um grupo de Princípios da Crença Wiccana.

1. Praticamos ritos que nos sintonizam com os ritmos naturais das forças vitais sinalizados pelas fases da Lua e pelas mudanças e ápices das estações.
2. Reconhecemos que nossa inteligência nos traz uma responsabilidade única em relação a nosso ambiente. Buscamos viver em harmonia com a Natureza, em equilíbrio ecológico, oferecendo um compromisso com a vida e a consciência dentro de um conceito evolutivo.
3. Reconhecemos uma profundidade de poder muito maior do que é aparente para as pessoas comuns. Porque é bem maior que o ordinário, ela é algumas vezes chamada de “sobrenatural”, mas a vemos como parte potencial natural a todos.
4. Compreendemos que o Poder Criativo do Universo manifesta-se pela polaridade – como masculino e feminino – e que este mesmo Poder Criativo vive em todas as pessoas, e funciona mediante a interacção entre o masculino e o feminino. Não valorizamos um acima do outro, sabendo que um é o suporte do outro. Valorizamos o sexo como prazer, como um símbolo e corporificação da vida, e uma das fontes de energia usada na prática mágica e culto religioso.
5. Reconhecemos mundos exteriores e interiores, ou psicológicos, mundos algumas vezes conhecidos como o Mundo Espiritual, O Inconsciente Colectivo, Planos Interiores, etc. – e vemos na interacção dessas duas dimensões as bases para fenómenos paranormais e exercícios mágicos. Não negligenciamos nenhuma dimensão em função da outra, vendo ambas como necessárias a nossa plenitude.
6. Não reconhecemos nenhuma hierarquia autoritária, mas honramos os que ensinam, respeitamos os que partilham seu maior conhecimento e sabedoria, e reconhecemos os que corajosamente dão de si mesmos em liderança.
7. Vemos religião, magia e sabedoria de vida como unidas na forma pela qual uma pessoa vê o mundo e nele vive – uma visão do mundo e filosofia de vida que identificamos como Bruxaria – O Caminho Wiccano.
8. Chamar a si mesmo de Bruxo ou Bruxa não faz de ninguém um Bruxo ou Bruxa – nem o faz a hereditariedade pura e simples, nem o coleccionador de títulos, graus ou iniciações. Uma Bruxa busca controlar as forças dentro de si mesma que tornam a vida possível de forma que se viva sabiamente e sem prejudicar os outros e em harmonia com a Natureza.
9. Acreditamos na afirmação e plenitude da vida em uma continuação da evolução e desenvolvimento da consciência, dando significado ao Universo que conhecemos e a nosso papel dentro dele.
10. Nossa única animosidade em relação ao Cristianismo, ou em relação a qualquer outra religião ou filosofia de vida, é quando suas instituições proclamam ser “o único caminho” e buscam negar a liberdade de outros e suprimir outros caminhos de crença e prática religiosa.
11. Como Bruxos Americanos, não somos ameaçados por debates sobre a história da Arte, as origens dos vários termos, a legitimidade de vários aspectos de diferentes tradições. Nos preocupamos com nosso presente e futuro.
12. Não aceitamos o conceito de mal absoluto, nem adoramos a entidade conhecida como “Satanás” ou “O Demónio”, como definido pelo Cristianismo. Não buscamos poder pelo sofrimento de outros, nem aceitamos que o benefício pessoal possa vir apenas por negá-lo a outra pessoa.
13. Acreditamos que devemos buscar dentro da Natureza o que trará contribuição a nossa saúde e bem-estar.

Bênçãos da Deusa,

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Mensagem por Aislin Morgan Sex Jan 01, 2010 6:30 pm

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